domingo, fevereiro 26

Fat Baby



Como qualquer outro pirata faço o que me apetece.
Por isso decidi fazer emissões FM sobre artistas que sempre viveram ao largo, no seu próprio barco.
No meio do mar a única coisa que se pode fazer é saquear a própria alma. E ser um artista que poderia ter sido.
Com 180 kg de soul Baby Huey não chegou a ver o seu único álbum ser editado em 1971.
Será que as almas pesadas vão mais depressa ao fundo?

sexta-feira, fevereiro 24

Shuggie Boogie



Shuggie Otis.


Músico prodígio como o Prince, tinha 14 anos quando começou a gravar em estúdio. Primeiro com Al Kooper (com quem co-escreveu canções e gravou um álbum) e depois com o guitarrista de blues Johnny Otis, o seu pai. Este álbum seria a sua "estreia" e saiu em 1971.
Provavelmente nesta altura ainda o tratavam por Junior e ainda não tinha mudado o nome para Shuggie. Diz-se que usava um bigode postiço e óculos escuros para o deixarem tocar em clubes de blues.
Em 1972 sai o álbum Freedom Flight, onde se liberta, ainda que pouco, dos blues e escreve músicas onde toca todos os instrumentos.
Mas é finalmente em 1974 que Shuggie vê editada a sua obra-prima, Inspiration Information. Começou a escrevê-la quando ainda tinha 18 anos. Tudo o que se ouve no álbum foi tocado por ele, exceptuando as parte orquestrais. Ignorado quando saiu e aclamado em 2001, como a imprensa gosta de referir, na primeira e última vez que foi re-editado. O funk naquela altura já tinha levantado vôo e a música que Shuggie Otis gravou era demasiado intimista. A voz dele não é tão extraordinária como a de Marvin Gaye, é mais imperfeita e humana. Gostava de ter conhecido a música de Shuggie Otis antes desta data e penso egoisticamente em como seria bom o álbum não ter sido re-editado e eu ter encontrado por acaso uma cópia do LP. Ainda assim foi uma boa e tardia descoberta graças a um amigo meu.
Álbum irregular com músicas curtas e músicas longas, blues, soul, funk, electónica (foi dos primeiros álbums onde se ouviu o som da caixa de ritmos que agora existe em todos os orgãos).
Imagino que continuou a tocar até aos dias de hoje, e sei que tem colaborado com artistas como Mos Def, mas prefiro adensar o mistério e desfocar o que se terá passado desde 1974. Não há muitos músicos a deixar a indústria da música aos 22 anos.
O funk é crú. Shuggie Otis é subtil.

Mr. Dwele




Ler o Expresso tem destas poucas vantagens: encontrar uma crítica positiva a um senhor chamado Dwele. Primeiro sente-se curiosidade e depois é simples. Descarrega-se da internet todos os álbuns, passa-se para o leitor de mp3 e a linha de Sintra passa a ser vista com outros olhos. E é imensamente tranquilo ir trabalhar com este rythim-and-blues nos ouvidos... E ao regressar, à noitinha, haver aquele flow...

quarta-feira, fevereiro 15

Rádio Pirata

Este não é o primeiro dia do resto das nossas vidas.
Este é apenas um dia, como outro qualquer, em que se dá início à emissão pirata da nossa rádio. O nome é original: Rádio Pirata. Os locutores, que sempre tiveram o bichinho da rádio (esse vírus terrível), estão aqui para escreverem o que quiserem. Ou não fosse a liberdade algo de tão ilegal. O Contrabandista traz no peito a sua cidade (transportando certamente amor e saudade, ou não fosse fã incondicional do paco bandeira). A shell é a representante feminina, a garantia de que isto não se converterá rapidamente numa fila de gajos no balcão de um bar. O SingerSongWriter e eu fomos os impulsionadores disto e portanto estamos dispensados desta apresentação estúpida. O der metzger é a nossa maior aquisição ao mundo da ilegalidade, do anonimato e do sucesso não reconhecido.
Portanto, como vêem, caros ouvintes, viemos para ficar e para estragar a Lusoblogosfera, esse conceito que nasceu pr'aí há dois dias e já não deve chegar ao Santo António.

Bom. Chega de paleio. Siga a música.