sexta-feira, janeiro 19

KMD; "Who Me?"

Autor: KMD
Título: Who Me?
Editora: Asylum
Género: hip hop rap east coast golden age



A evolução de MF Doom (o tipo mascarado que vemos no video anterior) é, no mínimo, interessante.
De verdadeiro nome Daniel Dumile, começou a actuar sob o pseudónimo de Zev Love X, como parte do grupo nova-iorquino KMD (que vemos no vídeo, quando o MF Doom ainda era um tipo magro), juntamente com Third Bass e o seu irmão e parceiro no crime, DJ Subroc.
Em 1993 a morte do seu irmão num acidente de viação atirou Zev para uma depressão imensa, que o afastou da sua carreira musical por mais de um ano, até ao seu regresso com os Bl_ck B_st_rds, num único álbum que, de tão polémico, demorou cinco anos a ser oficialmente reconhecido e editado.
Zev desapareceu da cena musical para se refugiar e recuperar das suas feridas, ao mesmo tempo que jurava "vingança contra a indústria que tanto o deformou". Ficou falido e viveu como um vagabundo durante anos.
Entretanto Zev e os KMD tornaram-se um fenómeno de culto, principalmente entre os DJ's. A lenda cresceu, até que Zev reapareceu como Metal Face Doom (inspirado no personagem da Marvel, Viktor Von Doom), o vilão mascarado que pretende salvar o mundo, uma música de cada vez.

é assim que se faz o hip hop

Excerto do CD+DVD "Chrome Children" com actuações de MF Doom, Madlib, Madvillain, MED, entre outros.

quinta-feira, janeiro 18

Glassjaw; "Siberian Kiss"

Só para matar saudades do metal.




Autor: Glassjaw
Título: Siberian Kiss
Editora: RoadRunner
Género: rock metal emo screamo

quarta-feira, janeiro 17

Quem é o Vítor Espadinha?




Samuel Mira termina 2006 a surpreender o país com mais um registo de grande qualidade. Pratica(mente) é um álbum muito trabalhado, ficando com o melhor de Beats (o jogo sonoro dos samples) e de Sobre(tudo) (a riqueza das rimas e a inteligência do discurso). Sempre anti-establishment, Sam The Kid deixa efectivamente o mundo das crianças, saindo do seu quarto mágico para gravar com diversos artistas e em variados estúdios.

A pureza do seu hip-hop transparece claramente quando reproduz a voz do pai a ler poemas da autoria deste, ou quando mistura uma discussão entre os avós, apanhada em take directo numa das suas gravações de Chelas. Se em "À procura da perfeita repetição", um dos melhores temas do álbum, Samuel fala da sua música em discurso directo, não podemos sugerir mais do que a repetição de muitos e bons álbuns como este.

terça-feira, janeiro 16

ser designer

REDACÇÃO

"Quando eu for grande, quero ser rico ou então designer. Os meus amigos querem ser futebolistas ou super-heróis. Eu quero ser designer, porque a missão do designer é muito importante. O designer é muito importante para as pessoas e para os super-heróis também, porque é ele que desenha as marcas para eles porem nos fatos. O designer também desenhas bonequinhos para pôr na porta das casas de banho, para os meninos e as meninas não se enganarem.
A missão do designer é mostrar às pessoas que o gosto delas não é tão importante como o seu. O designer também tem que mostrar aos que aquilo que faz dá mais trabalho do que parece.
O designer tem como missão fazer as coisas ficarem bonitas. As pessoas adultas compram coisas porque são bonitas.
O designer tem como missão ser crescido e nunca se enganar, mas se isso acontecer é porque fez de propósito.
O designer tem como missão explicar à família que não faz desenhos de casas.
O designer tem como missão preocupar-se com aquilo que ninguém se preocupa, alinha as coisas e escolhe tipos de letra, sem ser a Times.
A missão do designer é conseguir fazer os trabalhos no dia anterior, de forma a parecer que estão feitos há muito tempo.
O designer é um elemento mediador, tem como missão conciliar e responder a um variado conjunto de objectivos e condicionantes que se colocam perante si.
A minha avó diz que há um designer dentro de cada um de nós. A minha avó faz bordados e tem um macintosh.

Tiago Carvalho da Silva Resende "

a redacção >

sexta-feira, janeiro 12

Andrew Bird's Bowl Of Fire; "Oh! The Grandeur"

Autor: Andrew Bird's Bowl Of Fire
Título: Oh! The Grandeur
Ano: 1999
Editora: Rykodisc
Género: jazz retro-swing shuffle blues rock

Este é um daqueles discos que consegue pôr-me a desejar nunca o ter ouvido antes, só para voltar a ter o prazer que tive quando o ouvi pela 1ª vez.
Foi uma das minhas últimas descobertas em 99, e provavelmente foi quase tão importante nesse ano para a música como o foi para mim. Em primeiro lugar porque foi o disco de afirmação na carreira a solo de Andrew Bird, depois de um 1º bastante promissor, mas discreto, sobretudo quando comparado com o impacto que teve o segundo, apropriadamente chamado "Thrills".
Foi também importante como um dos últimos bons discos (que eu conheça) que apanharam a onda do revivalismo do jazz nos seus primórdios, tocado por pequenos combos, à base de canções agri-doces, e com tantos ingredientes do passado do blues e do rock como do jazz em si, revivalismo esse iniciado por um pequeno número de bandas que gravitaram à volta daquela que atingiu níveis de popularidade pouco expectáveis e que acabou por impulsionar todas as outras que partilhavam a mesma estética: os Squirrel Nut Zippers, onde tocou e brilhou o Andrew Bird, como violinista.
Por último, mas não menos importante, saliento a grandiosidade do trabalho gráfico de Chris Ware, que criou a que é, para mim, uma das capas mais lindas que alguma vez vi, e isto sem falar no resto dos brindes gráficos que este disco tem para descobrir.
Neste disco brilha Andrew Bird; a expressão que ele empresta ao violino é qualquer coisa de extraordinário, sobretudo nalguns dos solos. Mas brilham também os outros 3 elementos da banda, sobretudo o guitarrista Colin Bunn não fica nada atrás na expressividade e intensidade.
Infelizmente algumas das músicas parecem não conseguir estar à altura do melhor que se ouve neste disco, sobretudo depois da entrada com o tema "Candy Shop", que fixa a fasquia demasiado alta. Tivesse este disco limitado a metade dos temas e era para mim um dos melhores que o jazz tinha para oferecer. Assim, é apenas excelente.

Candy Shop
Wishing For Contentment
Wait
Dora Goes To Town
The Confession

quinta-feira, janeiro 11

Quantic; "An Announcement To Answer"





















Autor: Quantic
Título: An Announcement To Answer
Ano: 2006
Editora: Ubiquity
Género: Electrónica Hip-hop Downtempo Nu-jazz

Will Holland, o homem por detrás dos Quantic Soul Orchestra, de vez em quando põe de parte o funk e regressa ao domínio da música electrónica, género onde aparentemente ele se sente mais à vontade para explorar o seu ecletismo musical, já subtilmente presente no seu funk-combo. Assim a batuta da música electrónica apenas serve para dar o mote da conversa, e o disco segue depois por universos distintos, mas sempre em sintonia uns com os outros: a utilização da parafernália electrónica nao choca com a utilização de instrumentos acústicos, por exemplo; bem pelo contrário! Até MC's estão presentes numa e noutra música, cumprindo o seu papel sem no entanto dominarem o disco.

Absence Heard, Presence Felt
An Announcement to Answer
Blow Your Horn
Meet Me at the Promegranate Tree