sexta-feira, março 31

"Eu vou buscá-lo"



Não sendo um filme genial, a narrativa de Cronenberg vale sobretudo por duas ou três cenas de que destaco a final. É muito boa mesmo e justifica a ida ao cinema. De resto, vemos Tom numa longa viagem interior, transportando uma tensão que é afinal a fonte da violência.

quinta-feira, março 30

Fugir da Onda



Há capas de discos que me perseguem.
A girafa está a fugir na cor do mar.

Roy Ayers

sábado, março 25

The Serenaders do it again!

Convidámos o Caetano para tocar guitarra. O Pharrell acompanha...




Em comemoração dos seus 25 anos de existência, o grupo de Teatro da Universidade Técnica de Lisboa estreou em Fevereiro a peça "Só... no Quartier Latin", uma adaptação do poema Lusitânia no Bairro Latino de António Nobre, inquinado também por textos de Camões, Pessoa, Cesário Verde, Grabato Dias e O'Neill.
Sob a direcção artística de Jorge Listopad, a peça vai de novo à cena no Teatro Municipal Mirita Casimiro nos dias 1 e 2 Abril.

Eu vou!

terça-feira, março 21

Dia Mundial da Poesia

Por sorte andas bem longe, lá por fora,
já me esqueci de ti completamente.
É mais fácil assim, saber-te ausente,
corre mais fina a vida junto à morte.
Na caixa do correio só encontro
cartas de beis imperadores, promessas
de palácios talhados em sal-gema,
ouros, tesouros, e outras coisas vagas;
férias, talvez, no sultanato opaco
onde me aguarda um paraíso intacto
de virgens falsas e reais eunucos.
Entre os meus dedos fica o lugar oco
onde tão certo deixo esse postal
ilustrado do teu esquecimento.

António Franco Alexandre
Duende
2002

Madlib; "Shades of Blue"

Se há instituição na cultura afro-americana que conquistou um estatuto superior essa é a Blue Note, por isso quando ela estende a mão a alguém é porque essa pessoa já tem mérito suficiente para o justificar. Não é de estranhar, portanto, que quando a Madlib foi permitido o acesso ilimitado a todo o catálogo da Blue Note, muitos vissem essa união como feita nos céus, e o resultado assim o prova.
O seu toque de midas (muito procurado para trabalhos de produção) por vezes é realmente do outro mundo, bem notório no tema "Mystic Bounce", em que ao clássico "Mystic Brew" de Ronnie Foster, Madlib acrescenta o seu groove muito funky. A intervenção é apenas a estritamente necessária para transformar uma música, que já por si é muito boa, em algo de realmente extraordinário.
Madlib não se limita a samplar os clássicos temas e a sobrepôr batidas, ele efectivamente acrescenta-lhes algo mais e, com o devido respeito por estes eternos clássicos, ele torna-os melhores. Melhores, ou pelo menos diferentes (o que, no que toca aos standarts jazzísticos, já é dizer muito), dando-lhes nova roupagem ao inclui-los no seu próprio estilo e sonoridade.
De facto, não fossem as já habituais críticas dos puristas do jazz sempre que há um breaktrough na sua evolução (ou sempre que surge alguém com maior discernimento), este seria considerado como um daqueles discos que traçam novas rotas ao inesgotável jazz (e não remetido para o hip-hop), portanto sujeito a críticas por parte daqueles que não compreendem que o jazz não é um estilo hermético, antes partilha o mesmo espírito inquieto do rock que o obriga a crescer e a procurar sempre o que se esconde para além do horizonte visível.
Ignorar a importância deste disco para a história do hip-hop, e mesmo para a do jazz, é ignorar igualmente a imensidão de elaboradas exigências técnicas evidentes num produtor deste calibre como o de Madlib, e já nem falo do enorme conhecimento musical necessário para um disco que, no contexto da história da música negra, destaca a importância do todo e da interdependência das partes, sendo por isso visionário.
Dito isto, há-que amenizar o temor que possa ter provocado ao salientar a importância deste LP, dizendo que este é, pelo menos, um disco pleno de groove e muito mellow, ideal para qualquer dia de sol primaveril, e que se ouve com muita facilidade. Portanto, façam-no!


Mystic Bounce
Montara

segunda-feira, março 20

The Serenaders



Click to enlarge


The Serenaders
DJ SET
Dia 22 de Março (4ªF), no Estado Líquido (Santos).
Apareçam!!!

sábado, março 18

O olhar feroz no Museu do Chiado



Henri Matisse
Portrait de Bevilacqua
1905

R&B

Fala-se em R&B.
Toda a música que tenha artistas a "rappar" e a cantar é R&B. E parece que este estilo musical surgiu quando a tv por cabo se generalizou e todas as pessoas passaram a ouvir a mesma música, ou não estariamos na era da globalização. Mas o R&B que deu origem à soul nunca foi um fenómeno global. Nos EUA no início dos anos 40 surge um tipo de música Blues chamado "Jump Blues", que era influenciado pelas Big-Bands e aliava um som "jazzy" a uma parte vocal que era mais gritada do que cantada. Este som tornou-se mais tarde no R&B (Rythm & Blues) e evoluiu para a música Soul, caracterizada por uma parte instrumental mais solta e menos frenética e dominada por vocalistas onde a ênfase era dada mais à canção e menos à improvisação. O R&B pode ser resumido a uma canção com arranjos de orquestra cheios de garra e luxúria ao mesmo tempo, marcados por uma bateria quente e incisiva e onde a parte vocal se torna na voz da alma (Soul).
O que veio a seguir foi uma diversidade infindável de estilos que se espalharam por todo o território americano: Detroit (Motown), New Orleans, "Philly", Memphis, Chicago, etc. Durante os anos 60 e 70 muita da música negra chegou a invadir as tabelas de vendas, mas só quando durante os anos 80 e 90 o R&B começou a introduzir e a aliar componentes do Hip-Hop se tornou possível criar, até aos dias de hoje, um estilo global, que dá na MTV e que qualquer dia vamos pensar ser genuínamente nosso.
Quanto mais a música se torna global, mais eu sou impelido a descobrir o individual, as referências, as raízes, as diferenças. No fundo não quero ser igual a ninguém, e nisso somos todos parecidos.
Fala-se em R&B. E eu queria falar sobre Al Green, o meu artista de R&B/Soul preferido, mas ainda não tive coragem. Tinha que começar por algum lado...



Al Green
"I'm Still In Love With You"

Vens-me buscar?



Depois de Delfim e Noite Escura, este foi um dos melhores filmes portugueses que já vi. Extremamente simples na sua ideia original, o argumento de Rodrigo Guedes de Carvalho revela uma construção inteligente e apelativa. Não que seja difícil ficarmos agarrados ao écran num filme que podemos classificar como fazendo parte do género de terror, mas a fotografia e a música são soberbas, bem como a interpretação do conjunto dos actores, e justificam, de facto, a nossa atenção. Esta Coisa Ruim é para ver.

quinta-feira, março 16

A infância dos discos

Comprei ontem o primeiro cd pela internet. Gasta-se dinheiro com a mesma facilidade com que se descarrega um álbum ou uma discografia completa de um qualquer software de partilha de ficheiros. Longe vão os dias das caminhadas à Carbono para comprar as novidades mais alternativas. Longe vão os dias da venda de cds usados para trazer aquela novidade.

Da razão de sermos

Ouve-se música como se respira. Precisa-se dela. Deseja-se. E quando ela não existe renasce continuamente uma frase ou uma melodia: a música acompanha-nos mesmo no mais profundo silêncio. É por isto que urge criar uma rádio pirata. Uma rádio que toque apenas com palavras. É música no silêncio dos dias.

segunda-feira, março 13

Kaze Wo Atsumete





Uma coisa que odeio é ouvir uma música e gostar muito dela e não saber imediatamente de quem é. Dias, meses, anos passam e algumas continuam desconhecidas. Não me lembro quantos dias fiquei sem saber de quem era esta música. No filme Lost In Translation há um altura em que os personagens principais acabam a noite a fazer karaoke. A última música ouve-se lá ao fundo na sala atrás de uma porta, distorcida por esse facto e por estar a ser "cantada" por alguém. Ainda assim não pude deixar de reparar nela. Será que foi a folk-pop dos anos 70 misturada com as vocalizações em japonês que me chamaram à atenção? Ou apenas a melodia digna de uns Beatles ou de uns ainda melhores Beach Boys? (aqui quero maliciosamente causar discussão...).
Apesar de estar camuflada, como os sentimentos dos personagens, torna-se crucial para o filme naquele momento em que não há diálogo e que na minha opinião é o mais importante do filme.
A Banda só existiu durante três anos (1970-1973) e chamava-se Happy End (qualquer semelhança com o filme é pura coincidência, isto se considerarem que acaba em "final feliz").

domingo, março 12

A verdade? Não, apenas factos.

Get the facts first. You can distort them later. - Mark Twain

O que caracteriza a informação? Mais precisamente a informação noticiosa? Será a capacidade de contar a história como ela aconteceu? De transmitir a informação mais pertinente para determinado público? De contar a verdade baseada nos factos?
Se atentarmos a este site, é precisamente a distância entre a verdade e os factos que valorizam a informação. Ali o que realmente interessa são os factos, não necessariamente verdadeiros, mas reais!
Chuck Norris, o conhecido actor (perdoem-me a utilização demasiado livre da palavra "actor"), torna-se aqui, quiçá pela 1ª vez na sua carreira, o alvo a abater. A sequência de factos sobre este personagem chega a ser tão corrosiva, mas ao mesmo tempo tão honesta e hilariante, que conquistou o próprio Chuck Norris, essa máquina assassina.


Algumas das minhas favoritas:

> Chuck Norris counted to infinity - twice.
> Most people have 23 pairs of chromosomes. Chuck Norris has 72... and they're all poisonous.
> Chuck Norris is so fast, he can run around the world and punch himself in the back of the head.
> Chuck Norris once roundhouse kicked someone so hard that his foot broke the speed of light, went back in time, and killed Amelia Earhart while she was flying over the Pacific Ocean.
> Time waits for no man. Unless that man is Chuck Norris.


P.S. - Muito agradeço eu ao avenida pelo convite, e pela atenção. Espero estar à altura da elevada fasquia que este blog já revelou. "Eu por mim, estou maravilhado!"

O quintal do vizinho está sempre mais sujo que o nosso #3

Na esteira do que nos relatou o der metzger, venho acrescentar mais um blogue à listagem dos piores. Este é uma mistura da inebriante e elogiada "ficção da TVI" com a realidade da blogosfera lusa "a-atirar-pró-mau". Quem não perceber o que está lá escrito tem de chegar mais cedo do trabalho e ver antes de jantar, juntamente com o pessoal dos liceus que sai depois das sete, os episódios da novela.

Ó Zé, Lutas?

Como viram pelo post anterior, a Rádio Pirata conta a partir daqui com mais um radialista consagrado: Zé Lutas. Não há muito para dizer sobre ele além da sua sabedoria musical que, segundo fontes próximas a mim, e ao lermos o post que referi, a comprovam sem margem para dúvida. Seja então bem-vindo este iluminado da cultura sonora, certamente combativo por um esclarecimento eficaz dos nossos ouvintes.

Martin Denny - o seu a seu dono, ou quando tudo começou

Tornou-se hoje lugar comum falar de lounge music, por vezes mais vagamente denominada de chillout, ou mais rebuscadamente de easy-listening, referindo assim não necessariamente as mesmas coisas, mas um pouco de tudo o que, não sendo propriamente dançável, acaba por ter o seu lugar nos bares ou discotecas um pouco por todo o lado, embora apenas como alternativa e, hoje em dia, apenas de forma fugaz.
Importa saber como tudo começou? Eu acho que sim, e na minha opinião esta é uma daquelas raras histórias em que o seu início acaba por ter mais interesse do que o que se seguiu.
Era uma vez... Martin Denny! O típico miúdo prodígio cujo imenso talento para a música (nomeadamente para o piano) rapidamente o encaminhou para uma vida de entertainer nocturno, de curiosidade itinerante, de bar em bar, de espectáculo para espectáculo, de certa forma uma exploração facilitista (embora legítima) do seu talento, que felizmente tomou outros caminhos.
Em 1954, já com nome feito nos palcos dos hotéis e casinos, Martin Denny muda-se para o Hawai, onde estreia a sua própria banda com outros nomes que, com o tempo, tornaram-se lendários, como o vibrafonista Arthur Lyman, entre outros. É num desses concertos, na lounge room do Shell Bar, que M. Denny se apercebe que os sons provenientes do coaxar dos sapos se misturava perfeitamente com a música do seu jazz combo de inspirações tropicais. Não tardou até que os próprios músicos se pusessem a imitar pássaros exóticos, e a incluir instrumentos típicos das ilhas no seu alinhamento. Nesse momento nasceu a Exotica, o género musical que practicamente sozinho se tornou responsável pela febre dos anos 50 por tudo o que era tropical ou com origem nas ilhas do pacífico, desde as camisas com flores (chamadas hawaianas) até mais tarde à descoberta da música brasileira (nomeadamente do bossa nova) pelo jazz norte-americano. Se pensarmos que, no auge do rock & roll e da carreira de Elvis, vários temas de Exotica chegaram à posição nº1 dos singles mais vendidos, apercebemo-nos do impacto que este género teve. A popularização deste género também deve muito à Muzak, uma editora/empresa que se dedicava à venda e promoção de música específica para tocar em salas de espera, bares ou elevadores (pois, a música de elevador), e que mais tarde deu o seu nome a este género, a música Muzak (evoluindo depois para lounge music). Nesta altura já tanto a Muzak como a Exotica eram considerados como sub-géneros do Easy Listening, que incorporava também o jazz samba, space-age pop, a mood music, muita da música de cinema, entre outros.
É hoje notório que a Exotica caiu como uma luva em plenos anos 50, quando o interesse pela cultura tiki e a evolução do mono para o stereo suscitavam um interesse maior por tudo o que trouxesse uma abordagem e linguagem novas, tanto culturalmente como mais especificamente na música. Mal imaginava Martin Denny a imensa bola de neve que provocou quando, pela 1ª vez, cantou como um pássaro num dos seus espectáculos, mais tarde impulsionada por outros grandes nomes como Arthur Lyman (já com a sua própria banda), Les Baxter (até então mais conhecido pelas suas bandas-sonoras) ou o próprio Esquivel.


Martinique
Taboo
Voodoo Dreams
Hawaiian Wedding Song

sábado, março 11

The Kids

No tempo em que não havia internet, esperei pelo menos três anos para ouvir este álbum. Já não me lembro bem da história que motivou a espera. Sei que um dia, para meu espanto, encontrei-o numa lojinha ao pé da duque de loulé. Comprei-o como se fosse a maior preciosidade. O álbum até nem está muito bem gravado mas parece-me, ainda hoje, de uma pureza inacreditável. A voz desafinava de uma forma quase inocente mas os álbuns seguintes, apesar de eu gostar, são já, efectivamente, uma resposta aos apelos comerciais: tudo perfeito e pronto a consumir. E como género novo, o emocore morreu.


The Get Up Kids
Four Minute Mile
1997

sexta-feira, março 10

Sr. Brandão

Este homem é cá dos nossos. Diz o que lhe apetece.

quinta-feira, março 9

O mesmo país

O quintal do vizinho está sempre mais sujo que o nosso #2

"Até morrer naval allez" e "Brigada Lusitana presente na Alemanha" . Duas pérolas.

O quintal do vizinho está sempre mais sujo que o nosso #1

Aqui e ali, por uma ocasião qualquer, elegem-se os melhores blogues, fazem-se as listas ridículas do costume, com os amigos, afins e outros "porque se queria ser como eles". Ora, o que eu venho propor, se concordarem, é que também nós façamos uma lista mas agora com os piores blogues. Se calhar até já foi feito, mas, de vez em quando, saberá bem, no bom espírito pirata, mostrar algumas pérolas da nossa blogosfera. E não hesito. Dou já a minha sugestão que deixo para apreciarem. Este blogue é muito mau.

Não tenham receio, a pesquisa não vai doer nada.

O mesmo nome

A mesma luta. Nós sem couratos. Eles sem emissões recentes.

quarta-feira, março 8

Last Donut Of The Night





Jay Dee (aka J Dilla)
RIP (1974 - 2006)

"Oh, I give to you... and give to you"

O que Jay Dee deu e voltou a dar já não vai voltar.

segunda-feira, março 6

Provocative Percussion



Comprei este disco pela capa. Não sabia quem era o autor, nem sequer das suas "homenagens aos quadrados".
Josef Albers (1888-1976) nasceu na Alemanha, deu aulas na Bauhaus até ao seu encerramento, altura em que foi viver para os EUA.
De qualquer das formas ainda bem que o comprei já que vale tanto pelas versões de músicas bem conhecidas (como Mood Indigo ou Perhaps, Perhaps, Perhaps) como pelo conceito do disco. Command Records não era apenas uma editora, mas um grupo de artistas e cientistas que se debruçaram sobre o estudo das formas de gravação. Estávamos no início dos anos 60 e apesar da tecnologia stereo e gravação multi-channel terem sido inventadas não eram muito comuns. Basicamente o que a Command records estava a fazer era tentar captar e reproduzir o som da forma mais realista possível em termos de definição e profundidade de forma a que ouvir música fosse um prazer. Um grupo de músicos intitulado The Command All-Stars tocou as músicas com a ajuda dessa tecnologia trazendo uma excitação extra a músicas já conhecidas, ao tocarem, por exemplo com 3 bateristas, uma secção de sopros e um número interminável de diferentes tipos de microfones que se adaptavam a cada instrumento.
No interior do disco vem uma nota que diz que o propósito desta gravação é permitir ao ouvinte afinar o seu equipamento stereo de forma a ficar com a equalização e balanço ideal. Chega mesmo a ter uma descrição do que se deve ter em conta em cada música, como por exemplo: "Further along the xylophone on the left channel is set against piano and bells on the right."
Acredito que tenham existido muitos vendedores de aparelhagens a fazer demonstrações com este disco aos seus clientes.
Acredito que muitos clientes tenham levado este disco para casa com a sua aparelhagem nova, mais que não seja, pela capa.

Aproveito para dizer que estas e outras músicas vão passar no Bar do Hotel Bairro Alto no Sábado, dia 11. Estarei lá a "trabalhar" das 17 às 20h.

domingo, março 5

"Very good. I must say, I'm amazed."





Dedico esta música à "Audrey Hepburn".

Foi escrita pelo Henry Mancini, especialmente para o filme "Breakfast At Tiffany's", onde a parte vocal percorria apenas uma oitava para que Audrey Hepburn a conseguisse cantar sem problemas, visto que não era cantora. Esta versão é um Cha-Cha-Cha sem a letra original.

sábado, março 4

Sábado no Trindade

Apagam-se as luzes
Adivinho-te algures entre a plateia
Voltam a acender-se
Não te vejo
Nobre, Camões, Pessoa, Cesário
O poema inteiro a chamar por ti
Toca o piano
Sei que estás...
O tango, o hino, a procissão
E o mar, o mar, o mar!
Algures aqui...
Eu giro, eu corro, eu danço
Batem-se as palmas
E todos à uma
Libertando a pergunta que trago dentro:
Onde estás?
Onde estás?
“Só...!”

No Jardim Zoológico com os Mew



O david bernardo escreve, numa colaboração especial com a Rádio Pirata:
In the hands of a less pop-minded band, these tunes would probably be mostly innocuous, but when Jonas Bjerre's angelic voice breaks from the intricate guitar lines, you're left with glorious pop music. And I mean glorious. Often complex and catchy, the melodies are frequently mimicked note for note by another instrument, be it guitar, piano, or xylophone. "Zookeeper's Boy" (just imagine the "concept" possibilities of that title) is the height of cheesy synths backing a melody that's either wordless or repeats the phrase "Are you my lady?" I can't tell. But I can tell that I remember its melody exactly.

sexta-feira, março 3

Hearts of fire




Filme, Álbum, Música. Todos com um nome em comum: "That's the way of the world (1975)".

No filme Harvey Keitel faz de agente de uma editora discográfica, que se apaixona de modo especial por uma banda (Earth, Wind & Fire), mas é pressionado a promover uma outra (inspirada nos The Carpenters).
Um tema intemporal, a escolha de seguir a razão ou o coração. Harvey acaba por seguir a aorta.

Antes de saber que existia um filme e até mesmo antes de ouvir o álbum ouvi esta música. Pergunto-me porque é que nunca tive curiosidade de ouvir os Earth, Wind & Fire, que julgava serem uns "one hit wonder" dos fenómeno disco e funk. Mas a música pop na altura não era esta. Nem nunca chegou a ser.
Considerado o melhor álbum da banda e o que mais vendeu, "That's the way of the world", antes de reflectir de forma admirável sobre a cultura americana é um álbum de soul e funk sem grandes pretensões. As letras são simples, não revelam à primeira as questões que se quiseram levantar e talvez seja por isso que o álbum continua a passar "despercebido", mesmo para quem já ouviu, como eu, esta música vezes sem conta.


That's the way of the world
" Hearts of fire
creates love desire
Take you high and higher to the world you belong
Hearts of fire creates love desire
High and higher to your place on the throne

We've come together on this special day
To sing our message loud and clear
Looking back we've touched on sorrowful days
Future pass, they disappear

You will find peace of mind
If you look way down in your heart and soul
Don't hesitate ‘cause the world seems cold
Stay young at heart ‘cause you're never (never, never, ..) old at heart

That's the way of the world
Plant your flower and you grow a pearl
A child is born with a heart of gold
The way of the world makes his heart grow cold"

quinta-feira, março 2

Mr. Dwele #2



"Money don't mean a thing"

quarta-feira, março 1

A alma pirata

Como já perceberam juntou-se a este colectivo ilegal um sexto radialista, de seu nome artístico ACME. Pelos primeiros posts, parece-me que falará bastante de soul e rythim and blues aos nossos estimados ouvintes. Poder-se-á considerar, de momento, que ACME é a nossa alma pirata. Ou pelo menos a nossa alma mais alma.